O POVO É ACUSADO DA MAIORIA DA VIOLÊNCIA DO ESTADO VC CONCORDA ?

Ao contrário do que geralmente se supõe, grande parte dos assassinatos no Estado de São Paulo não é cometida por bandidos e sim por cidadãos comuns. As mortes em questão não ocorrem por causa de drogas ou assaltos, elas acabam acontecendo durante situações banais como brigas em bares, discussões no trânsito ou entre vizinhos. Conforme informações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), 83,03% dos assassinatos no Estado são cometidos por motivo fútil e/ou impulso. Com base nessa informação, o Conselho Nacional do Ministério Público lançou a campanha “Conte até 10″, que visa sensibilizar a sociedade com o objetivo de evitar esse tipo de crime, que acontece em função da banalização da violência, da falta de tolerância, da ação impensada no momento da raiva. Daí a proposta de contar até dez e manter o controle (www.conteate10.cnmp.gov.br). 
A iniciativa, que conta com parceria da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério da Justiça, tem sido divulgada na mídia de forma geral e também ganhará as escolas. O tema será trabalhado nas instituições de ensino, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), com a proposta de mostrar para os estudantes como dizer não à violência e preservar a vida. 
No Caderno de Domingo de hoje, a reportagem mostra histórias de pessoas que foram vítimas de crimes fúteis, também estampa depoimentos sobre como é o dia a dia de quem trabalha diretamente com a violência, aborda ainda os motivos que podem levar alguém a cometer um crime, e as formas de evitar a violência, problema que preocupa cada vez mais a sociedade. Afinal, os números podem levar à conclusão de que qualquer um é capaz de matar, dependendo das circunstâncias.
Impulsividade ou motivo fútil provocaram 83% dos assassinatos registrados em SP
AS PESSOAS HOJE EM DIA SÃO MUITO COBRADAS, ESTÃO SEMPRE APRESSADAS, IMPACIENTES UMAS COM AS OUTRAS, O QUE AS TORNA AGRESSIVAS, ENTÃO, UM SIMPLES ACIDENTE DE TRÂNSITO PODE TER CONSEQUÊNCIAS SÉRIAS
Há exatos 20 anos Leonel Domingues e a esposa Mercedes convivem com a perda de um filho, que foi assassinado por motivo banal. Marcão, como era conhecido, era alegre, tinha muitos amigos e adorava música. Seu hobby era tocar em festas e barzinhos. Em 1993, quando tinha 27 anos de idade, Marcão estava em um momento muito bom de sua vida. Tinha três anos de casado e sua filha havia acabado de nascer. Conforme depoimento de amigos, ele estava tocando em um barzinho na Vila Assis quando acabou discutindo com um rapaz que estava sendo inconveniente. Minutos depois, o rapaz voltou ao local e o atingiu com um disparo, tirando sua vida. No Estado de São Paulo, 83,03% dos homicídios são por impulso e/ou motivo fútil, conforme informações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os dados são relativos a 2011 e 2012*.
Os homicídios cometidos por impulso, classificados especificamente por essa pesquisa – cuja divulgação partiu do Conselho Nacional do Ministério Público -, são aqueles que estão associados à atuação impulsiva do autor do crime, sem a pretensão, porém, de se chegar a resultados precisos. Nesta situação estão, por exemplo, os homicídios decorrentes de brigas em bares, discussões no trânsito ou entre vizinhos. Em algumas das categorias classificadas como impulso não é possível excluir, por completo, a hipótese de premeditação dos crimes, já que o critério que se pretendeu isolar (impulso) não aparece nas estatísticas oficiais. Estão ainda incluídos nesse rol crimes praticados por homofobia, intolerância religiosa, racismo, desavenças em geral, vingança, violência doméstica e conflito agrário. São crimes cometidos por cidadãos comuns e não bandidos, como geralmente se supõe, o que pode levar à conclusão de que qualquer um é capaz de matar, dependendo das circunstâncias.
A escrivã de polícia e professora de Direito Penal Valquíria Belomo de Arruda Corrêa desenvolveu um estudo sobre o criminoso e os efeitos da criminalidade para a população e, conforme ela, a histeria coletiva colabora para produzir o crime. “As pessoas hoje em dia são muito cobradas, estão sempre apressadas, impacientes umas com as outras, o que as torna agressivas, então um simples acidente de trânsito pode ter consequências sérias”, observa.
Valquíria explica que a criminologia, ciência que estuda o homem criminoso e a criminalidade, usa como parâmetro a teoria biopsicossocial, que entende que todos os indivíduos têm uma base biológica com maior ou menor capacidade de cometer um crime, em decorrência de alguma patologia, enfermidade, disfunção ou transtorno orgânico; além disso existe a parte psicológica, que envolve o modo como a pessoa entende a vida e o que ela aprendeu sobre a vida. “A conduta criminosa também pode resultar de processos psíquicos anormais (psicopatologias) ou vivências subconscientes de um passado remoto (psicanálise)”, diz Valquíria. A teoria ainda engloba a parte social. “A influência do meio social é muito forte no indivíduo. Se a pessoa mora no meio do crime, ela terá uma tendência a achar normal o crime”, afirma Valquíria. “Dependendo de como for essa combinação biopsicossocial, você pode criar um criminoso”, alerta.
Em resumo, as causas do crime envolvem fatores endógenos (biológicos e psicológicos) e exógenos (sociais). “Também está provado que alguns fatores bioquímicos podem interferir na violência e consequentemente na realização de uma conduta criminosa. A exemplo o uso de drogas e álcool, a tensão pré-menstrual, o estresse e a existência de alterações orgânicas”, explica.
Alguns fatores sócio-econômicos, em dadas circunstâncias, podem também exercer influência sobre o indivíduo, como a ignorância, a fome, a escassez de recursos, a falta de oportunidades, o desemprego, a contração de dívidas e outros, sem contar a forte influência exercida pelos hábitos arraigados em determinados grupos. “Todos estamos sujeitos a praticar crimes. Como num acidente de trânsito, em que ninguém está incólume de participar, ou numa reação atípica, estressada, diante de uma ofensa”, diz.
Valquíria explica que a grande parte da população que, em regra, não é habituada a cometer crimes, faz parte da classificação de “criminosos acidentais” (conforme Edmur Aguiar Withaker), ou “ocasionais” de acordo com Cícero Christiano de Souza. “Esse estilo de indivíduo somente cometerá crimes em circunstâncias extremas, ou diante de fatores imprevisíveis à sua conduta”, afirma.
A professora de Direito Penal ainda esclarece que os criminosos acidentais são pessoas relacionadas ao homem médio (trabalhadores, que formam família, respeitam as regras) e que, numa situação anormal, sem planejamento, mas como reação, podem praticar um crime. “Não por hábito, mas por resposta frente à situação”, observa.
Há outros tipos de classificação de criminosos, mas que não se encaixam nos crimes tidos como fúteis, foco desta reportagem, porém Valquíria exemplifica: tem os crimes praticados por pessoas com personalidades delinquenciais, que são indivíduos que escolhem e seguem carreiras criminosas visando sobrevivência e ganho material, de forma habitual e rotineira. Também há aqueles crimes praticados por pessoas com personalidades delinquenciais psicopáticas, que são indivíduos portadores de distúrbios que, embora os impulsionem a fazer coisas estranhas, ainda guardam discernimento dos atos que praticam (estupradores, pedófilos, assassinos seriais, etc). “Somente exame psiquiátricos bem fundamentados podem classificar tais personalidades”, esclarece.
Há ainda os criminosos psicóticos, que são pessoas que têm o raciocínio totalmente tomado pela “doença”, e por esse motivo não têm consciência no agir, estando com seu poder de escolha prejudicado, e exatamente por isso, não respondem criminalmente, a não ser mediante imposição de tratamento. “Em suma, manter uma base emocional sólida, acompanhar a formação dos filhos, evitar transtornos desnecessários, buscar um estilo de vida simples, respeitar as legislações (que buscam o controle social e o bem comum) e, principalmente respeitar os direitos e bens alheios (integridade, privacidade, liberdade, tranquilidade, etc) são pequenas dicas para evitar o envolvimento com o crime”, orienta.
* Apesar de solicitado, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) não divulgou informações específicas de Sorocaba. Conforme a assessoria, os dados que podem ser passados para a população estão no site da SSP, o que não consta na página não pode ser divulgado.  ( por isso que tem policia estressada, alem de se preocupar com bandido, ainda tem o cidadão comum, hj por ex tem futebol, lá vai policia ter de ficar de olho nos pseudo torcedores nos estádios.
o povo grita contra a violência dos marginais, mas nada diz sobre a sua própria.)

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