TATIELI DA SILVA COSTA, PAULO CORREA JÚNIOR X JUSTIÇA

A promotora de Capão da Canoa, Caroline Gianlupi, disse nesta terça-feira que não concorda com a decisão do juiz Ademar Nozari que libertou empresário e modelo envolvidos em acidente com duas mortes em Xangri-Lá.

Segundo a promotora, o Ministério Público irá recorrer da decisão até quarta-feira.

A colisão ocorreu no último domingo no km 330 da Estrada do Mar.

O objetivo da promotoria é fazer com que o juiz Ademar Nozari possa rever a posição inicial mesmo sem interromper o processo.

Nozari homologou o flagrante e definiu a liberdade provisória dos envolvidos.

O casal Paulo Correa Júnior e Tatiele da Silva Costa está no Hospital de Osório e a Polícia Civil ouve testemunhas que flagraram a colisão com três veículos na Estrada do Mar.

Tatiele dirigia o carro, mesmo sem habilitação e com suspeita de embriaguez.

A promotora Caroline Gianlupi disse ainda que há elementos suficientes para oferecer denúncia de dolo eventual no crime de homicídio de trânsito, que é quando se assume o risco de produzir o dano.

Morreram no acidente a bailarina Alaíde da Silva Linck e o taxista Ivo Ferrazo.

Ao colocar em liberdade a modelo e o suplente de vereador envolvidos no acidente que vitimou duas pessoas no Litoral Norte, no domingo, o juiz Ademar Nozari, de Capão da Canoa, reacendeu o debate sobre a prisão preventiva de motoristas envolvidos em colisões com mortes.

Enquanto para juristas o magistrado agiu dentro da lei ao conceder a liberdade provisória à modelo Tatieli da Silva Costa e ao suplente de vereador Paulo Afonso da Rosa Corrêa Júnior, ambos de 27 anos, o Ministério Público avalia que a decisão gera sensação de impunidade.

Para a promotora Caroline Gianlupi, que deu parecer favorável ao pedido de prisão e que deve recorrer da soltura do vereador e da modelo, os envolvidos no acidente deveriam continuar presos devido à gravidade do crime e ao risco de fuga para fora do país da modelo Tatielli Costa.

— O principal é a gravidade do fato. Duas vidas se perderam nesse acidente. Por si só, isso já garantiria a prisão preventiva dos dois. A soltura gera uma sensação de impunidade, mesmo que no final haja uma condenação. Além disso, há ainda risco à ordem pública na cidade, devido ao clamor social envolvendo o caso — diz Caroline.

Já o juiz Ademar Nozari, com 25 anos de magistratura, diz não ter visto motivos para a manter Tatielli Costa e Paulo Afonso da Rosa Corrêa presos e concedeu a liberdade de ambos. Para ele, a prisão provisória não se justificaria apenas pela gravidade do fato.

— O que é preciso que se entenda é que a liberdade provisória não é sinônimo de impunidade. Eles vão responder ao processo da mesma forma que se estivessem presos. E quando se mantém alguém preso por seis meses, um ano e se descobre que ele não era culpado, isso não é impunidade? A prisão antes da condenação é exceção e não regra — salienta.

( uma outra pessoa tb vitima do acidente  CARINE BUENO segue internada em estado grave, e ai ?)