moradora do apartamento onde aconteçeu o caso ELOÁ , conta seu drama de morar ali


Caso Eloa (Foto: Kleber Tomaz / G1)O apartamento 24 na CDHU em Santo André, onde Eloá foi baleada em 2008, é ocupado desde 2009 pela auxiliar de limpeza, seu marido e pelo filho do casal (Fotos: Kleber Tomaz / G1)
“Só tive problemas desde que me mudei para cá." A afirmação é de Daniela Cristina de Souza, que desde março de 2009 mora no apartamento em Santo André, no ABC, que ficou marcado pelo sequestro e pelo assassinato da adolescente Eloá Cristina Pimentel da Silva em 2008. A estudante de 15 anos foi baleada e morta pelo ex-namorado, o auxiliar de produção Lindemberg Alves Fernandes, então com 22 anos. Preso preventivamente desde então, o réu será julgado por homicídio, tentativa de homicídio, cárcere privado e disparo de arma de fogo nesta segunda-feira (13).
Da porta do apartamento número 24, o terceiro de baixo para cima do bloco 24 da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU), no Jardim Santo André, a auxiliar de limpeza conta que sua rotina não é mais a mesma quando decidiu morar ali com o marido e o filho de 9 anos do casal há quase três anos.

A entrevista foi feita no início da manhã de quinta-feira (9), quando a maioria dos moradores estava trabalhando. A entrada da equipe de reportagem foi franqueada por uma vizinha de Daniela, que pediu discrição para não chamar a atenção de traficantes que atuam na área.

Aparentando ter mais idade que os seus 28 anos, Daniela permitiu a entrada do G1 na residência que ficou conhecida por meio da televisão. Há mais de três anos, o imóvel não saía do noticiário. Foi vigiado 24 horas por dia pela Polícia Militar e mostrado ao vivo pela imprensa entre os dias 13 e 17 de outubro. Para a mulher, no entanto, o lugar que ficou famoso nacionalmente como o apartamento do caso Eloá é apenas seu lar.
Problemas“Entre. Eu evito falar com jornalistas porque alguns não me deixam em paz. Por causa de alguns repórteres eu perdi o meu emprego. Desde que vim para cá eu perdi o emprego por conta do assédio da imprensa querendo saber quem mora no apartamento que foi de Eloá. Repórteres foram até o meu trabalho, irritando meus chefes que não quiseram ver o nome da empresa na mídia. Resultado: me mandaram embora e não consigo outro emprego porque fiquei marcada como a moradora do apartamento da Eloá”, diz Daniela, que apesar de criticar a postura de alguns jornalistas, aceitou dar entrevista ao G1 para, segundo ela, mostrar a situação em que se encontra.  “Vou te contar: desde que vim morar aqui só tive confusão. Não está sendo um lar doce lar.”

Em seguida, Daniela fecha a porta e as janelas para que ninguém veja o repórter. “Os moradores costumam barrar jornalistas. Eu recebo cartas anônimas por debaixo da porta com ameaças para eu não falar com vocês. Mas não tenho medo. Só peço para não fotografar meu rosto, ok?”

Ela oferece um copo d'água e se senta no sofá da sala onde Lindemberg fez Eloá e amiga dela, Nayara Rodrigues da Silva, reféns há mais de três anos. Quando o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM invadiu o apartamento, Lindemberg atirou nas duas. Eloá morreu no hospital no dia seguinte ao término do sequestro. Nayara foi ferida, mas sobreviveu. O agressor ainda é acusado de tentar matar um policial militar ao disparar direção dele e de cárcere privado - dois amigos da escola de Eloá foram feitos reféns, mas acabaram soltos.

AmeaçasQuestionada se levou essas ameaças relatadas por ela à polícia, a auxiliar responde que não fez isso. Afirma que é evangélica e sua proteção está na fé. “Deus está vendo. Ele protege a mim e a minha família. Ninguém nunca tocou um dedo em nós nem irá tocar.”
Eloá foi morta após ser mantida refém por Lindemberg (Foto: Robson Fernandes/AE - 19.11.2008)Eloá em imagem de quando foi mantida refém pelo
ex-namorado (Robson Fernandes/AE - 19.11.2008)
Indagada sobre quais são os outros problemas, Daniela diz que ela e o marido sofrem discriminação. “Ninguém quer estar perto de alguém que traz a imprensa para perto. Meu marido sofreu um acidente, está desempregado. Ele faz bicos. Eu ajudo na renda com o comércio de material reciclado que separo aqui dentro mesmo”, diz Daniela, apontando para um amontoado de entulho de papéis, papelão, plástico e alumínio na cozinha.

Foi da janela da cozinha que Lindemberg apareceu com Eloá pela primeira vez para as câmeras de TV e dos fotógrafos. O agressor apontava uma arma para a cabeça da ex. Durante a negociação com policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), que tentava a liberação dos reféns e a rendição de Lindemberg, ele afirmou que iria matar todos se Eloá não reatasse o namoro com ele.

A mudançaUm dia antes do fim do sequestro, que culminou com a invasão da PM ao apartamento e com a prisão de Lindemberg, Daniela tinha perdido o barraco onde morava com a família numa favela em Santo André.
“Ele foi soterrado pela terra que desmoronou de uma encosta. Depois de alguns meses, a CDHU me convidou para morar aqui. Quando vim, sabia que era onde a menina tinha sido baleada, mas isso não importava para mim na época. Eu aceitei. Até porque eu soube que a moça que morreu era muito boa. Eu não a conheci, mas não tenho pesadelos pelo que ocorreu aqui. Só havia conhecido a mãe dela [Ana Cristina Pimentel Rocha] quando eu era criança. Frequentávamos a mesma igreja. Até hoje chegam correspondências para ela aqui. Eu sei onde ela trabalha e entrego lá. Já chegamos a conversar. Ela até me ofereceu ajuda, mas não somos amigas não”, diz Daniela.
Lindemberg é preso após atirar em Eloá (Foto: Reprodução/TV Globo)Lindemberg foi preso após atirar em Eloá
(Reprodução/TV Globo)
Preocupada porque o dinheiro da venda de material reciclado não está dando para cobrir o pagamento das prestações do apartamento, Daniela fala em deixar o imóvel por conta de uma carta de despejo da CDHU. “Não temos dinheiro porque não temos trabalho. Ninguém quer a gente em emprego porque moramos aqui e isso chama a atenção das pessoas e atrapalha o negócio de quem tem empresa. Quer saber, acho que vai ser melhor sair daqui mesmo. Indo embora também vão embora esses problemas, sabe?”, afirma Daniela, que diz receber ajuda de doações de comida e roupa da vizinhança.
Sobre o julgamento, Daniela diz que não deverá ir ao fórum. "Talvez eu acompanhe pela TV mesmo. Mas se ele [Lindemberg] fez tudo isso com a moça, então precisa continuar preso, né?".

Procurada para comentar o possível despejo, a assessoria de imprensa da CDHU informou que não era capaz de se pronunciar porque precisava de mais informações sobre a proprietária para identificá-la no sistema. ( pq a cambada que mora ai não ajuda a mulher ? olha nós vamos te ajudar a achar um trabalho em troca vc não fala nada com reporter nenhum, pq o vagabundo do traficante não ajuda tb ? só quer ser um parasita com a maldita droga.
agora a imprensa responsável pela desgraça dela não vai ajudar tb né ? ela poderia mover ação contra o estado, ah mas é capaz de morrer de velha esperando algo.)

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