apocalipse em dezembro, subfamilias fingem ser sem teto, só pra ganhar doações

Assim que a folhinha do calendário vira e dezembro chega, famílias que moram em apartamentos na periferia de São Paulo deixam seus lares para morar um mês na rua, como se fossem sem-teto.
O lugar escolhido é o Glicério, no centro. A região é conhecida por altos índices de criminalidade e de uso de drogas, mas é estratégica durante o Natal.
“Todo ano, quando terminam as aulas das crianças, a gente vem para aqui para ganhar presentes e outras doações”, diz a dona de casa Silvia Ferreira Andrade, 38.
Ela e ao menos outras cinco famílias passam um mês a 25 km do conjunto Cingapura, onde moram em São Mateus (zona leste), atraídas pela onda de solidariedade típica desta época do ano. Outra família veio de Ferraz de Vasconcelos, na Grande SP.
“Os carros passam aqui, deixam brinquedos para nossos filhos, dão marmitex. Outros pegam medidas para trazer roupas depois. Fazemos isso porque não temos dinheiro para comprar essas coisas. É nossa única opção.”
Silvia está acampada com os quatro filhos no Glicério desde o início do mês. Segundo ela, em São Mateus, onde mora, quase ninguém faz doações,pois muitas famílias vivem situação semelhante.
As doações escasseiam normalmente na noite de 25 ou 26 de dezembro, e as famílias deixam o Glicério.
Acampar na calçada, bem embaixo de um viaduto, impõe dificuldades. Para tomar banho e ir ao banheiro, as famílias recorrem a associações, a uma tenda da prefeitura na região e a igrejas.
Algumas preparam as refeições em fogueiras improvisadas com tijolos e álcool. “Eu trouxe um fogãozinho de duas bocas e um botijão de casa para facilitar”, conta Adriana de Souza, 36.
Cássia Aparecida Isabel, 38, é uma das mais “experientes” do grupo. “Venho com minha família faz tempo. Uma das minhas duas filhas tem 20 anos e acampa comigo desde os 6.”
Os funcionários da prefeitura estão acostumados com a situação e apenas impõem algumas regras, diz ela. “Pedem para que a gente não faça bagunça. Então montamos nossas coisas e, antes de sair, deixamos tudo limpinho.”
CRIANÇAS
Editoria de Arte / Folhapress
Apesar disso, o grupo não está livre das ações da prefeitura. Anteontem de manhã, uma operação levou sete barracos e os filhos de Carolina Maria Lima, 46: uma menina de 11 anos e um garoto de 9.
“Quando cheguei, as crianças já tinham sido levadas pelo Conselho Tutelar, que disse para eu procurar a Justiça para ter meus filhos de volta. Fui ao [fórum] João Mendes duas vezes, mas um promotor disse que o processo ainda nem foi lido. Até agora [tarde de ontem] não consegui ver os meus filhos.”
Moradora de Ferraz de Vasconcelos, Carolina afirma que estava na empresa de reciclagem onde trabalha –a cerca de cem metros do acampamento– quando os garotos foram levados. “Fiquei desesperada. Eles estudam, têm documentos e não estavam fazendo nada de errado”, diz.
“Têm que ir na Cracolândia, não mexer com a gente, que não usa drogas e mantém nossos filhos na escola.”
Genaro Ferreira de Lima, funcionário do conselho que participou da ação, disse que as famílias já são conhecidas, mas não aceitam ajuda.
“Abrigamos duas crianças, e o resto fugiu. Eles [pais] usam as criancinhas para arrecadar dinheiro e ganhar cesta básica. Recebemos várias denúncias e temos autorização para fazer as ações.”
O subprefeito da Sé, Maurício Dantas, disse que essas famílias ficam nesse local para pedir dinheiro no semáforo, com muitas crianças.
“Acionei a Secretaria de Assistência Social e pedi para fazer abordagens, mas as pessoas recusaram o abrigo.”  ( abrigo ? as pessoas não são sem teto, e não podem expulsar dali, uma pq voltam e tem o direito de ir e vir, ai ficam ali, de malandragem.
ai depois do fim de ano voltam pra suas casas ou barracos sei lá, e  pior, vão fazendo filho, uma ai falou que não tem grana, mas tem 4 filhos ?)

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